ESTUDANTES SURDOCEGOS

 

O Censo MEC/INEP (2020, p. 8) define a surdocegueira como:

 

icone acessibilidade Trata-se de deficiência única, caracterizada pela associação da deficiência auditiva (com ou sem resíduo auditivo) e visual (com ou sem resíduo visual) concomitante. A surdocegueira pode ser classificada de duas formas: pré-linguística e pós-linguística. Na pré-linguística, a pessoa nasce surdocega ou adquire a surdocegueira muito precocemente, antes da aquisição de uma língua. Na forma pós-linguística, uma das deficiências (auditiva ou visual) ou ambas são adquiridas após a aquisição de uma língua (a Língua Portuguesa ou a Língua Brasileira de Sinais). Cabe destacar que essa condição apresenta outras particularidades, além daquelas causadas pela deficiência auditiva, surdez, baixa visão e cegueira.icone acessibilidade

 

Sugerimos ao docente que verifique, junto ao estudante, a sua condição e os recursos que melhor favorecem a acessibilidade às aulas remotas. A seguir, algumas orientações.

 

icone acessibilidadeSolicite uma reunião junto ao Instituto que o aluno faz parte com a presença do aluno Surdocego. Indique a necessidade da presença da DACES; da Secretaria de Acessibilidade (ACES/IL) e da Equipe de Acessibilidade do CEAD/UnB, para que juntos possam desenhar um modelo próprio de acessibilidade, com base na demanda do aluno.

 

icone acessibilidadeAo receber a lista da sua turma, confira a indicação dos alunos com deficiência, que são atendidos pela DACES/UnB.

 

icone acessibilidadeVerifique, no Portal do Docente do SIGAA, é possível verificar se na turma está matriculado algum estudante com deficiência e/ou necessidade educacional específica, atendido pela DACES/DAC.

 

icone acessibilidadePara acessar o parecer do estudante no SIGAA, acesse o Portal do docente; clique no componente curricular (disciplina); para entrar na turma virtual, acesse o Menu Turma Virtual > Turma > Participantes >; no lado direito do nome do(a) aluno(a) com NEE, constará um ícone do NEE. Clique no ícone icone acessibilidadepara visualizar o parecer a respeito das Necessidades Educacionais Específicas do(a) aluno(a). Isso facilitará seu contato inicial com o aluno.

 

Antes de o semestre começar, informe ao estudante acerca da plataforma virtual que será utilizada na disciplina e o link ou a chave de acesso.

 

icone acessibilidadeDisponibilize o material da disciplina (plano de ensino, material didático, vídeos, slides, etc.), com antecedência, para o estudante. O estudante deverá informar o formato acessível de preferência: braile, ou Libras. Caso o estudante necessite de apoio pedagógico para a produção de materiais explicativos em Libras2 , deverá solicitar apoio da DACES/DAC, com antecedência, para solicitação junto à ACES/IL.

 

icone acessibilidadeOrganize o conteúdo na plataforma, em ordem cronológica e por aulas, e disponibilize as orientações da disciplina em enunciados claros e objetivos. A depender da forma de comunicação do estudante, disponibilize as orientações da disciplina em língua portuguesa escrita e em Língua Brasileira de Sinais, conforme já foi orientado.

 

icone acessibilidadeDurante a aula síncrona, e em aulas pré-gravadas, deixe sua tela em destaque, no momento da exposição; e atente-se ao contraste necessário. Evite paredes com quadros, estantes, livros ou informações que possam interferir na visualidade. O ideal é que se utilize um fundo e roupa, de acordo com a necessidade do aluno, sem desenhos ou estampas. Isso melhora a visualização do estudante surdocego e/ou com baixa-visão.

 

icone acessibilidadeAo utilizar recursos audiovisuais nas aulas (filmes, vídeos, documentários, dentre outros), verificar se eles possuem ou interpretação em Libras.

 

icone acessibilidadeSe solicitado pelo aluno, disponibilizar videoaulas gravadas previamente em Libras e com legendas para auxiliar os estudantes surdocegos na compreensão do conteúdo.

 

icone acessibilidadeAo iniciar o semestre letivo, verifique a equipe de Guia-intérprete de Língua Brasileira de Sinais (GI) que acompanhará o aluno. Esse contato pode ser feito junto ao IL/UnB, pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., para promover a acessibilidade comunicacional aos estudantes.

 

icone acessibilidadeÉ importante promover um encontro com a equipe de GI, para a organização da estrutura das aulas, de acordo com a necessidade linguística do aluno e a forma de uso da língua. Apresente os exemplos que são exclusivamente orais e com muitas imagens, para que, juntos, possam encontrar opções acessíveis para o aluno.

 

icone acessibilidadeViabilize o apoio de um tutor (estudante que está cursando ou que já cursou a disciplina), que possua curso de tutoria para alunos surdocegos, conforme demanda do estudante.

 

icone acessibilidadeAo elaborar a atividade avaliativa da disciplina, considere a adoção de critérios de avaliação que reconheçam a singularidade linguística do estudante surdocego. Defina, junto ao estudante, o melhor formato para realização da atividade avaliativa: braile, formato com fonte ampliada, Libras ou outro de preferência do estudante.

 

icone acessibilidadePara avaliação das atividades, considere a adoção de critérios que reconheçam a singularidade linguística do estudante surdocego: Libras, ou língua portuguesa como segunda língua.

 

icone acessibilidadeAo realizar as atividades avaliativas, deve-se garantir, ao estudante, o tempo adicional, conforme estabelece a Resolução CAD n° 50/2019, que institui a Política de Acessibilidade da UnB (Art. 17).

 

2 O conteúdo em Libras deve ser solicitado para a Secretaria de Acessibilidade (ACES) pelo e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e por processo SEI para a ACES pelo documento de SOLICITAÇÃO DE TRADUÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE LIBRAS-PORTUGUÊS.

 

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LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS E PORTUGUÊS COMO SEGUNDA LÍNGUA

 

De acordo com o Decreto 5.626/2005 e com a Lei 13.146/2015 (Lei Brasileira da Inclusão), o direito à educação é garantia básica de todo cidadão e dever do Estado.

 

No caso das pessoas Surdas, essa legislação garante o direito à Educação Bilíngue, na qual a Língua Brasileira de Sinais é tratada como Primeira Língua e a Língua Portuguesa é tratada, em sua modalidade escrita, como Segunda Língua. Para essas pessoas, o uso do Português na modalidade oral é uma opção, não uma obrigatoriedade.

 

Mas por que você precisa saber disso?

 

Porque seu estudante pode apresentar algumas dificuldades com a Língua Portuguesa. O fato de ele estar rodeado de pessoas que utilizam o português constante e diariamente não significa que ele esteja exposto a essa língua. Assim, ele não adquire o português de forma natural, como os ouvintes, e isso interfere na compreensão e produção escritas também.

 

O decreto e a Lei acima citados também determinam que os estudantes têm direito a avaliações que levem em conta sua singularidade linguística. Dessa forma, nas avaliações e nas atividades, é importante que o professor leve em consideração o conteúdo, acima da forma e da escrita do português. Caso seja necessário, um intérprete pode auxiliar com a tradução e a interpretação de situações que envolvem o par linguístico Libras/Português.

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LEGENDAGEM

 

Legenda para surdos e ensurdecidos possui uma estrutura peculiar. Não são todos os programas que se adaptam a essa forma. Contudo você professor, pode legendar seus filmes a partir de alguns programas, vamos conhecer um deles?

 

Veja o vídeo! Clicando aqui.

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LEITURA LABIAL

 

Você conhece a Leitura Labial? Sabe quem precisa ou utiliza esta técnica?

 

A Leitura Labial é uma ferramenta utilizada principalmente por pessoas com Deficiência Auditiva e que são oralizadas, pessoas que utilizam a Língua Portuguesa como principal forma de comunicação. É uma técnica na qual a pessoa realiza a percepção e o reconhecimento do que está sendo dito ou falado através dos movimentos orofaciais realizados pelo falante.

 

Para que a leitura labial se torne eficaz é importante seguir algumas dicas:

 

  • Fale sempre em ritmo normal, um pouco mais lento, mas sem perder a naturalidade. Nem muito rápido, nem muito devagar! Você pode também interagir com o estudante deficiente auditivo e verificar se o ritmo está bom;
  • Articule as palavras naturalmente, sem exageros ou extrapolações. Respire, faça pausas, é importante para a compreensão.
  • Fale de forma clara e sem nenhum tipo de adereço ou adorno que possa obstruir a visão, como máscaras, bigodes muito grandes, batons com cores muito vibrantes e chamativas, etc. Esse tipo de adorno é como uma poluição visual, que interfere na compreensão e na leitura;
  • Não precisa aumentar o volume da fala. Não grite! Fale em tom normal;
  • Outro aspecto importantíssimo é que se deve falar sempre de frente para o interlocutor ou a câmera, para que o campo de visão seja completo, sem cortes. Nunca vire de lado, dê as costas ou fale cobrindo a boca com a mão ou com algum objeto;
  • A iluminação do ambiente deve ser levada em consideração! Certifique-se de que o ambiente está claro o suficiente;
  • Por fim, a comunicação é importante. Nunca deixe de se comunicar com o estudante e realize adaptações durante o semestre, caso seja necessário.
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TEXTO AMPLIADO

 

Você sabia que um texto ampliado ajuda os alunos com baixa visão e, dependendo alunos surdocegos também. Como?

 

Quando o texto for escaneado corretamente, ou tiver algum material com texto para ser entregue, alguns alunos necessitam que o texto seja ampliado. Algumas dicas como fonte, o tamanho da fonte, se necessita ou não de espaçamento são importantes a serem seguidas. É necessário, então, perguntar ao aluno qual é o melhor para que ele consiga visualizar.

 

Fonte: geralmente sendo uma fonte que seja de claro entendimento para uma forma ampliada. Arial, Calibri, Verdana, Tahoma e Helvetica, que são sem serifas. Por exemplo:

  • Tamanho da Fonte: geralmente o tamanho da fonte é 20 – 24.
  • Espaçamento: o espaçamento pode ser de 1,5.
  • Cores e contrastes: cores fortes, por exemplo a cor cinza não pode funcionar muito bem. Utilize uma cor que consiga contrastar com a fonte das letras e o fundo de modo que fique confortável para o aluno. Indique o clássico: Cor preta em fundo branco.
  • Página: utilize uma folha que for possível para imprimir e que consiga passar todo o conteúdo necessário para o aluno. Preferencialmente com palavras completas em cada página, sem palavras cortadas de uma página para outra.